A utilização de estratégias que levam em consideração, unicamente, aspectos funcionais e mecanicistas da organização vem se tornando cada vez mais obsoleta no mundo atual. Isso porque, com o aumento progressivo da competitividade e inovação, as instituições que não pautam a sua razão de ser no todo organizacional acabam perdendo espaço e não conseguindo alcançar a eficiência e eficácia necessárias para se manterem estáveis. Logo, qual a base a ser seguida na formulação do planejamento estratégico? A resposta é simples, o indivíduo e a cultura organizacional.
Por trás dessa palavra, porém, atinge-se um enorme leque de possibilidades e desafios, visto que, cada pessoa possui características próprias e desempenho diferenciado. Além do fato das relações interpessoais, tanto profissionais quanto informais, influenciarem diretamente no seu comportamento, ou seja, elas são um ponto de grande relevância para o desempenho do negócio considerado. Porém, não são apenas as interações entre os funcionários que desenvolvem o contexto operacional, mas também a cultura inerente àquela empresa. O pleno funcionamento do desempenho estratégico é atingido quando essa cultura informal está diretamente de acordo com a cultura organizacional, logo, o ponto-chave da questão está em saber como desenvolvê-la de maneira condizente com a realidade do local.
É essencial, ao falar-se sobre cultura organizacional, entender a sua definição e tudo o que ela abrange. Para isso, pode-se utilizar a definição dada por David Needle no livro Business in Context: An Introduction to Business and Its Environment: “representa os valores, crenças e princípios coletivos de membros daquela organização e é um produto de fatores tais como história, produto, mercado, tecnologia, estratégia, tipo de funcionários, estilo de gestão e cultura nacional”. É justamente por isso que a estratégia da empresa deve buscar unir a cultura organizacional com o comportamento e crenças dos seus indivíduos, tanto quando se relacionam entre si, quanto separadamente. Atualmente, pode-se citar diversos exemplos de organizações que já vem utilizando esse pensamento, como é o caso da Ambev.
Essa empresa, também conhecida por Companhia de Bebidas das Américas, possui o capital aberto a investidores e ocupa o quarto lugar no ramo de cervejarias mundiais, sendo líder indiscutível dentro do mercado da América Latina. Esse atual resultado só foi possível devido a todo o processo de consolidação de valores organizacionais fortes e bem definidos, que vem sendo construído ao longo da sua história, uma vez que, a base de funcionamento de uma organização é algo que se forma gradualmente com a experiência e com as realidades vivenciadas com o passar do tempo. Porém, sem uma cultura organizacional de acordo com a razão de ser da empresa, os bons resultados apresentados dificilmente teriam sido atingidos.
Com isso, a pergunta que se faz é: Como, então, construir um planejamento estratégico que faça a união entre a cultura formal e informal, e esteja de acordo com a razão de ser da organização? Cita-se, nesse caso, o exemplo da própria Ambev, aonde o plano de ação é feito pautado em três perguntas: “PORQUE, COMO e O QUE”, a chamada metodologia do Golden Circle. Inicialmente, é preciso responder o porquê a pessoa faz o que faz, qual é o objetivo final, os verdadeiros propósitos que levam a empresa a existir, logo, é daí que irá surgir a motivação dos indivíduos. Após isso, deve-se entender como será possível alcançar esse objetivo, ou seja, quais são as ações concretas que trarão o resultado desejado. E, por fim, tem de se saber o que efetivamente se faz naquela organização, ou seja, o produto gerador de valor do negócio.
Essas são questões que devem ser, não só conhecidas por todos os funcionários do estabelecimento, mas também estarem explicitamente presentes na forma de agir e pensar dos mesmos. Ou seja, a totalidade dos empregados da organização deve estar alinhada com a cultura na qual a empresa se pauta, construindo, assim, um ambiente aonde todos trabalhem de comum acordo para alcançar os objetivos desejados. Muito além disso, um local onde o corpo de trabalhadores possua os valores estipulados na sua razão de ser, para que, mesmo fora do contexto profissional, o comportamento dos indivíduos dentro dos grupos sociais existentes continue seguindo a essência pregada pela instituição.
Depreende-se, então, que o bom planejamento e decisão da ideologia para a construção de um negócio não pode ter como base apenas conceitos e aspectos rasos, mas deve considerar, principalmente, o ser humano. Tanto as suas individualidades, quanto os seus padrões sociais, irão servir para levar à eficiência do desenvolvimento coletivo e corporativo, agrupando, assim, indivíduos que trabalhem por objetivos comuns entre si e à própria estratégia da organização.
Amanda Oliveira – Consultora
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