O primeiro passo para a resolução de um problema é a sua identificação. Para tanto, podemos utilizar das ferramentas básicas da qualidade para entendermos mais sobre como o problema ocorre e, realizado o diagnóstico, tentarmos solucioná-lo.
Como exemplo, vamos considerar um problema típico do nosso dia-a-dia: a lentidão do transito em determinada localidade de Belo Horizonte.
Ponto fundamental para o entendimento e resolução de qualquer problema é a coleta de dados que sejam representativos da situação problema, no caso do trânsito, podemos buscar dados como: número de veículos na via, tempo médio de trajeto, velocidade média dos veículos, tamanho do congestionamento e etc.
Realizado esse levantamento podemos utilizar de métodos estáticos para aprofundarmos nossas análises. Dessa maneira, estaremos construindo um banco de dados para futuras análises e elaborando uma folha de verificação para organizarmos logicamente os dados e informações a respeito da lentidão.
Em seguida, podemos elaborar um histograma para entender as características e frequência desse problema. Nossas conclusões podem ser fundamentais para priorizarmos o problema, construir uma periodicidade de atuação ou para um melhor planejamento.
Continuando com as análises estatísticas, com a elaboração de um gráfico de dispersão podemos tentar identificar uma correlação entre as variáveis e talvez, geramos uma resolução cruzada. Um exemplo pode ser o cruzamento das informações de velocidade média dos veículos com número de veículos, ou largura das vias. Para refinamos a análise podemos estratificar os dados coletados buscando identificar padrões das características dos grupos de dados, tornando a análise mais significativa.
Uma das ferramentas mais robustas é a do diagrama de causa e efeito ou diagrama de Ishikawa:
Esse diagrama pode ser utilizado para o melhor diagnóstico do nosso problema. Podemos, por exemplo, associar a lentidão a um problema de máquina como a falta (ou excesso) de semáforos. Ou então, a erros no planejamento das leis de trânsito adotadas no local (métodos). Outra causa pode ser a falta de fiscalização ou de agentes de trânsito (mão-de-obra).
Em si, uma das coisas mais importantes é conseguir priorizar o problema que você quer atacar, dessa maneira podemos utilizar do diagrama de Pareto para buscar identificar quais são as principais causas da lentidão. Segundo essa ferramenta, existe uma proporção que aponta para causas mais significativas, de forma que 80% dos efeitos são gerados por 20% das causas. Por exemplo, podemos descobrir que 80% da lentidão ocorre em vias com velocidade máxima de 45km/h, e que essas representam 20% da malha viária da cidade.
O importante é que qualquer problema pode ser resolvido com uma boa análise e um bom diagnóstico. Mas para que isso aconteça é necessário dados e controle, uma ferramenta funcional é a utilização constante de gráficos de controle que nos permitem acompanhar a dinâmica da situação. No exemplo ele pode conter as informações do trânsito, imagens ao vivo, média de veículos e de velocidade.
Mas, nenhum problema se resolve apenas com análises e diagnósticos. Uma vez definido, priorizado e entendido temos que criar soluções para ele. Para realizarmos isso o primeiro passo pode ser um brainstorming, desde que em seguida seja realizada uma filtragem das ideias, sua priorização e seu planejamento de execução. Para nosso exemplo, podemos pensar em alargar as vias, aumentar sua velocidade média, modificar a estrutura do tráfego ou então, investir em transportes alternativos para locomoções coletivas.
Escrito por: Angelo Ferreira, Presidente UCJ