Em 1983 o professor Muhammad Yunus – ganhador do Nobel da Paz – fundou o Grameen Bank, a partir da inquietação gerada ao ver pessoas morrerem de fome ao seu redor. A paritr desse primeiro passo, foi criada a Yunus Social Business, o embrião do empreendedorismo social no mundo, que tem como objetivo desenvolver negócios sociais ao redor do planeta, através do seu fundo de investimento. O empreendedorismo social, resultado dessa história, caracteriza-se como um negócio cujo foco é a responsabilidade social, ou seja, além de gerar lucro, a organização também deve gerar mudanças potencialmente transformadoras na sociedade. Esses empreendedores buscam a mudança de dois aspectos no meio em que vivem: através dos atores envolvidos, tentando reduzir a desigualdade social e econômica gerada pelo desequilíbrio entre os atores econômicos e através da tecnologia instrumental aplicada, buscando trocá-la por uma de baixo custo, de forma a manter o equilíbrio existente entre agentes econômicos e sociais envolvidos e o instrumento responsável pela realização das ações.
O mercado de empreendedorismo social tem crescido de forma gradual no Brasil e no mundo, com diversas empresas sendo responsáveis por gerar maior foco a esse segmento, com destaque para a Artemísia, Ashoka e Fundação Schwab. Esse crescimento tem ocorrido, principalmente, pelo fato de alguns empresários não se contentarem em apenas ganhar dinheiro, refletindo em cerca de R$250 milhões disponíveis para investimento de impacto social no Brasil – em 2011 foram mapeadas 140 empresas do tipo. Felizmente, podemos dizer que Belo Horizonte possui um dos maiores polos de startups com foco social, podendo citar a Risü – onde parte do valor das compras em lojas parceiras é transformado em uma doação para uma instituição social definida pelo cliente -, a Residuall, que tem como proposito “cuidar do lixo do mundo” através do monitoramento da cadeia de gerenciamento de resíduos e a Bynd, um aplicativo que oferece caronas.
A vertente do empreendedorismo social lançada pela Yunus tem como objetivo mitigar um problema de cunho social podendo ou não gerar lucro, com o foco de mudar a realidade de populações excluídas – o impacto social é a missão desse tipo de empresa. Nesse mesmo ramo se encaixam as empresas citadas anteriormente: Risü, Residuall e Bynd.
Outra vertente do empreendedorismo social são os projetos sociais, que buscam melhorar a vida da sociedade sem nenhuma preocupação financeira de forma individual ou coletiva. Na UFMG Consultoria Júnior há um contato muito grande com tais projetos, a partir do Núcleo Social, coordenadoria responsável pelo comprimento de nossa Responsabilidade Sócio Empresarial.
Voltando ao início do artigo, pode-se ressaltar como o empreendedorismo social pode ser lucrativo. O banco criado pelo Prof. Yunus foi uma forma de conceder pequenos empréstimos à população carente de Bangladesh de forma a melhorar suas condições de vida, o que acabou gerando lucro para a organização. Esse é apenas um grande exemplo de como empreendedorismo social pode refletir em um bom negócio, que forma uma via de mão dupla – transformação das pessoas que vivem o cotidiano da desigualdade social e lucro para as organizações, que buscam sempre aprimorar seu serviço de modo a atender mais pessoas e gerar maiores e melhores resultados.
Por fim, vale ressaltar que “todo empreendedor quer resolver um problema e o social é um puro problema”.
Escrito por: Carolina Almeida e Isabella Trindade.
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