Quando falamos de gestão do conhecimento, a inovação é um dos termos-chave. Por isso, ela se torna imprescindível para que as organizações se destaquem em um mercado cada vez mais dinâmico e consequentemente, mais competitivo.
As organizações, em busca de diferenciarem-se, focam em duas coisas:
- A melhoria constante dos produtos e serviços fornecidos aos clientes
- Na melhoria dos processos de gestão interna, para aumentar a eficácia de sua administração
Neste contexto, as empresas podem desenvolver um extenso conjunto de boas práticas, como excelentes planejamentos financeiros, melhoria de seus processos internos, otimização das interfaces entre as diferentes áreas, criação de estratégias interessantes de divulgação da marca, uma boa gestão de custos, de pessoas e de recursos.
Porém, caso não exista um processo eficiente de registro e compartilhamento das informações relacionadas a todas essas iniciativas, elas podem se perder no tempo, devido a fatores como trocas de gestão e saídas de funcionários. Por consequência dificultando o processo de aprendizagem organizacional que ocorre entre diferentes gerações de funcionários. Deste modo, como podemos desenvolver um processo eficiente de registro e compartilhamento das informações? Com o objetivo de sanar este problema, muitas empresas estão utilizando o conceito de gestão do conhecimento.
O que é Gestão do Conhecimento?
A gestão do conhecimento organizacional é a capacidade que uma empresa, como um todo, possui de criar ou absorver novos conhecimentos, disseminá-los e incorporá-los em seus produtos, serviços e sistemas, obtendo a inovação contínua, que leva à vantagem competitiva.
Tipos de Gestão do Conhecimento:
Os tipos de Gestão do Conhecimento podem ser classificados em dois grupos: o conhecimento tácito e o conhecimento explícito.
Conhecimento tácito:
Em geral, é desenvolvido e interiorizado pelo funcionário, ao longo de muito tempo de aprendizado, estando enraizado em sua mente, no seu modo de agir e de se comportar. Por isso, é pessoal, complexo e oriundo da experiência. Ademais, descreve as habilidades informais, o chamado know-how. Sua natureza subjetiva e intuitiva torna-o difícil de ser processado ou transmitido de forma sistemática e com clareza. Por isso, Michael Polanyi, um químico e filósofo que estudou o tema, resumiu-o com a expressão: “Nós sabemos mais do que conseguimos dizer.”
Socialização
É a conversão do conhecimento tácito em tácito. Ocorre por meio da interação entre os funcionários, que passam a compartilhar seus conhecimentos, suas habilidades, experiências, ideias e percepções. Assim, um indivíduo pode adquirir este conhecimento de outro, mesmo sem usar alguma linguagem, através da observação, da imitação ou da prática. Um bom exemplo da socialização seria a relação existente, numa empresa, entre um estagiário e o seu orientador.
Externalização
É a conversão do conhecimento tácito em explícito. A ideia é que o indivíduo transmissor expresse o seu conhecimento tácito em uma linguagem escrita, numérica ou alguma representação visual como, por exemplo, gráficos, símbolos ou outros recursos. Por isso, é através da externalização que a organização consegue formalizar o conhecimento tácito e torná-lo mais facilmente replicável e disseminado.
Conhecimento explícito:
É aquele que já foi codificado e armazenado de alguma forma em alguma mídia. Por isso, pode ser expressado em palavras e números e compartilhado em forma de dados, especificações e manuais. Deste modo, sua principal característica é a de que pode ser prontamente transmitido entre indivíduos de maneira formal e sistemática.
Combinação
É a conversão do conhecimento explícito em explícito, possível quando os conhecimentos explícitos existentes podem ser combinados para gerar um novo conhecimento. Um bom exemplo da combinação é o relatório geral de vendas, que geralmente é apresentado em reuniões periódicas da área comercial das empresas. Além disso, esse relatório se baseia em informações acerca do desempenho de diversos profissionais da área de vendas, compiladas em uma apresentação, na qual é demonstrada também a análise de indicadores de gestão. Como foi uma combinação de dados individuais, o trabalho gerado representa um novo conhecimento, pois resume informações de variadas fontes.
Internalização
É a conversão do conhecimento explícito em tácito. Ocorre através da interpretação, realizada pelos profissionais, dos conhecimentos explícitos que estão em manuais, livros, normas, comunicados e diversos tipos de documentos que estão na empresa. Por isso, é um modo do funcionário internalizar um conhecimento por meio do estudo.
O que é a Espiral do Conhecimento?
Ambos os tipos, tácito e explícito, estão presentes nas organizações, que possuem como grande desafio conseguir geri-los de forma eficaz. Por isso, uma das ferramentas que podem auxiliar os gestores em relação a este tema é a Espiral do Conhecimento.
A ferramenta foi desenvolvida pelos professores Ikujiro Nonaka e Hirotaka Takeuchi, da Universidade de Hitotsubashi, em Tóquio, no Japão. Tal ferramenta consiste em um modelo que mostra quatro diferentes maneiras de conversão do conhecimento. Elas são responsáveis pela aprendizagem dos indivíduos, das equipes de trabalho e da organização, sendo elas a socialização, a externalização, a internalização e a combinação.
Como funciona a Espiral do Conhecimento?
Esses quatro diferentes modos de conversão do conhecimento funcionam em um processo inter-relacionado, de fato como uma espiral: quando um profissional externaliza o seu conhecimento, ou quando um novo material é gerado por meio da combinação, outros profissionais podem internalizá-lo por meio do estudo.
Quando ocorre a socialização, as pessoas trocam conhecimento entre si e aprendem mais. Deste modo, uma empresa que possui uma espiral do conhecimento bem desenvolvida consegue qualificar os seus funcionários a partir de conhecimentos provenientes da própria organização. Além disso, boas práticas desenvolvidas por gestões anteriores não são perdidas. Deste modo, a empresa poderá atuar em um processo de melhoria contínua com base na valorização de sua própria história. Por fim, o impacto da saída de funcionários da organização torna-se menor quando esta possui uma boa gestão do conhecimento, pois a informação fica menos centralizada no indivíduo. Assim, o conhecimento torna-se um ativo da própria empresa.
Por esses motivos, diversas empresas estão criando cada vez mais processos bem estruturados de gestão do conhecimento. Isto pois reconheceram que esta pode ser uma ferramenta valiosa, de baixo custo e de alto retorno para a geração de diferencias competitivos. Deste modo, ela contribui para o fomento da inovação com base na informação que circula dentro da própria organização.
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Bônus: 6 ferramentas para a Gestão do Conhecimento:
Uma grande dificuldade das empresas é manter o conhecimento adquirido pelos seus colaboradores. Então, quando algum funcionário precisa sair da empresa, parte do conhecimento é levado com ele, o que pode implicar em problemas graves para a empresa!
Por isso, deve-se fazer uma boa gestão do conhecimento. Pensando nisso, listamos 6 dicas de ferramentas para utilizar na sua empresa! Clique e acesse:
Escrito por: Rodrigo Saliba – Gerente de Projetos UCJ.