Diversas empresas sofrem com quadros de desmotivação e insatisfação de seus funcionários, o que causa muitos outros problemas como a baixa produtividade, a alta rotatividade e o absenteísmo. (link para artigos/ IG de RH) Uma das principais causas que explicam a desmotivação do trabalhador é a falta de reconhecimento interno, que está diretamente relacionada a como este indivíduo se sente importante no contexto da organização. Geralmente, tal sentimento existe devido ao fato de os trabalhadores não se sentirem ouvidos pela gerência e pela alta hierarquia da empresa, compreendendo-se apenas como simples engrenagens de uma grande máquina.
Visto o quadro de desmotivação é prejudicial às organizações, a pergunta que surge aos gestores é: como criar um ambiente de trabalho que valorize os profissionais, aumentando a sua satisfação e produtividade? Um modelo de gestão que surge para solucionar este problema é a Gestão Participativa.
A Gestão Participativa se baseia em dois princípios fundamentais:
- A possibilidade de participação de todos os membros da empresa nos processos decisórios
- O comprometimento geral com os resultados organizacionais.
Este modelo contrapõe a ideia de que a empresa deve funcionar em um contexto mecanicista, rígido e demasiadamente hierárquico, no qual o gestor confere ordens a um funcionário, cuja única função é a de acatá-las. A proposta é a de valorização das pessoas que compõem a organização.
Como o próprio nome já indica, a Gestão Participativa propõe a interação entre todos os membros da organização para o alcance dos objetivos estratégicos da empresa, de modo que os relacionamentos ganham um caráter de compartilhamento e não mais de total subordinação.
Para isso, é proposta a criação de estruturas descentralizadas para a tomada de decisão e resolução de problemas no âmbito organizacional, de modo a se fomentar a troca de informações e opiniões entre profissionais de áreas e hierarquias distintas dentro da empresa. Tal iniciativa faz surgir um contexto de relacionamento cooperativo entre os funcionários, onde todos podem expressar as suas opiniões, visando a melhoria contínua dos processos da organização.
Para que o sistema de gestão participativa funcione, algumas premissas devem ser adotadas:
- As relações entre os membros devem ser abertas: ao solicitar a participação de todos, o gestor precisa estar disposto a ouvir sem julgamento, de modo que surgirão críticas e sugestões que mesmo contradizendo os processos atuais da empresa, podem apresentar alto potencial de contribuição para os resultados da organização.
- A participação dos funcionários deve ser valorizada: todas as propostas devem ser consideradas. Deve ser conferido mérito aos funcionários que apresentarem ideias que forem validadas e possuírem potencial para serem implementadas, mas as ideias que não forem aproveitadas não podem ser simplesmente descartadas. Deve ser dado um feedback a quem as propôs, com uma justificativa do motivo pelo qual ela não será implementada.
- Deve ser fomentada uma visão de globalidade: os funcionários devem passar a compreender o impacto gerado pelas tarefas por eles desempenhadas na totalidade do ambiente organizacional e assim, criar uma visão crítica sobre os processos inerentes ao seu próprio trabalho.
Com este foco na valorização do profissional, ocorre o fomento do sentimento de pertencimento do membro em relação à empresa, tornando-o mais comprometido com os resultados da organização. Torna-se possível discutir, de maneira eficaz, assuntos importantes relacionados às organizações, como a otimização de processos rotineiros, redução de gastos, minimização de custos, desenvolvimento de produtos mais competitivos, redução de reclamações de clientes, execução de tarefas mais seguras e ambientalmente corretas, dentre outros.
Assim, a organização prepara um ambiente favorável para o desenvolvimento do trabalho, da inovação e da melhoria contínua, o que potencializa suas perspectivas de crescimento em seu setor de atuação.
Escrito por: Rodrigo Saliba, Gerente de Projetos – UCJ