Economia volátil, crises, pandemias e estagnação econômica, empreender nunca foi uma tarefa fácil, principalmente se estamos falando sobre empreendedores brasileiros, que enfrentam uma complexa gama de fatores de forma muito mais prejudicial que os mercados do norte global. É necessário resiliência, visão sistêmica e inteligência comercial para contornar esses desafios e sair na frente na corrida do mundo dos negócios. No editorial de hoje, discutiremos por que a agilidade estratégica se tornou o novo ouro para as empresas brasileiras.
Em tempos de grandes reviravoltas na economia internacional, a resposta dos empreendedores não pode ser a passividade, mas o aproveitamento dos desafios como combustível para inovar. O Brasil, por exemplo, obteve um crescimento de 13,8% na capitalização de mercado no primeiro trimestre de 2025, o segundo melhor desempenho global, atrás apenas da Espanha, que atingiu 16%, conforme dados da S&P Global. Enquanto o mundo experimentava um retraimento médio de -1,5% – com a União Europeia, Reino Unido e China apresentando quedas de 9,5%, 5,2% e 5%, respectivamente – os EUA despencaram em -5,3%, acompanhados por Dinamarca (-9,5%) e Taiwan (-11%). Esse salto brasileiro deveu-se, em parte, à entrada de capital estrangeiro, à valorização do real e às boas expectativas para setores da bolsa local, demonstrando que, mesmo em meio a um cenário global adverso, existem oportunidades para quem souber se posicionar.
Se já não bastasse os fatores internos, com o último movimento de Donald Trump; um tarifaço que varia de 10% a 140% sobre importações; transformou ondas em tsunamis. Enquanto governos discutem retaliações na OMC, uma lição emerge para o setor privado: em cenários de incerteza, a diferença entre lucro e prejuízo está na capacidade de identificar quais oportunidades valem o risco. É aqui que a expertise em gestão estratégica se torna não um luxo, mas um salva vidas. Como bem resumiu Jorge Viana, presidente da ApexBrasil: “Um mundo em conflito é ruim para todos, mas há espaços para quem se move rápido.” A janela mais visível está no agronegócio. Com a China retaliando os EUA quase que de forma automática a cada novo anúncio vindo da Casa Branca, o país asiático já sinaliza que comprará mais soja, milho e carnes do Brasil. Não se trata apenas de commodities: o acordo recente para exportação de sorgo (cereal até então marginal na pauta brasileira) mostra como até culturas secundárias podem virar protagonistas quando o xadrez global se reorganiza. Para pequenos e médios produtores, a lição é clara: diversificar não é mais opção, mas obrigação. Plataformas de comércio eletrônico como o Alibaba já conectam fazendas familiares do interior do Paraná a importadores de Xangai. A pergunta que fica é: quantos estão prontos para escalar essa demanda?
Há também uma cereja (quase) no bolo: o potencial acelerador do acordo comercial entre Mercosul e União Europeia, engavetado há anos por resistências francesas. Sob a ameaça de tarifas trumpianas de 20%, Bruxelas agora sinaliza que “investirá energia para finalizar o tratado”, conforme apurou a Reuters. Para o Brasil, isso significa acesso a 750 milhões de consumidores europeus com tarifas reduzidas em setores como café, frutas e carnes – embora o acordo imponha desafios, como o atendimento a rigorosos padrões sanitários e ambientais. Pequenos frigoríficos e cooperativas agrícolas que não se adaptarem a normas de rastreabilidade ou controle de emissões podem ficar de fora desse banquete.
Enquanto gigantes do agronegócio e da indústria possuem a estrutura necessária para navegar em águas turbulentas, o desafio é ainda maior para as PMEs (Pequenas e Médias Empresas). A receita para o sucesso, no entanto, já é conhecida: diversificar mercados, formar parcerias tecnológicas com startups de logística e fintechs para reduzir custos e adotar a sustentabilidade como moeda de troca – a Europa, afinal, paga mais por produtos com selo verde. Essas estratégias, que surgem como um verdadeiro “plano B (e C, e D)”, são fundamentais para transformar o tarifaço numa oportunidade em vez de um risco fatal.
Donald Trump, em sua busca desenfreada por “America First”, inadvertidamente presenteou o Brasil com a chance de repensar suas dependências, corrigir rotas e explorar novos mapas comerciais. O risco é real: a guerra comercial pode escancarar fragilidades históricas, como a baixa diversificação industrial e a lendária burocracia brasileira. Mas, como bem diz Lia Valls, economista da FGV, “em um mundo sem regras, só sobrevivem os que escrevem as próprias”. Para o empreendedor, essa máxima significa tratar o tarifaço não como uma sentença, mas como um laboratório para experimentar novos mercados, digitalizar operações e formar coalizões setoriais. Em cenários de xeque, há sempre jogadas capazes de virar o jogo, e a agilidade estratégica é o trunfo indispensável.
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