É comum, em pequenas empresas, alguns meses acabarem no vermelho. Porque isso acontece? Existem duas formas de se contabilizar as entradas e saídas da empresa, uma contábil e outra financeira. A necessária para a cobrança dos impostos é a contábil, também chamada de regime de competência. Ela contabiliza todas as entradas e saídas da empresa mesmo antes delas de fato ocorrerem, ou seja, contabiliza o crédito. A segunda forma é utilizada normalmente para as projeções do seu planejamento financeiro, também chamada de regime de caixa, a qual contabiliza apenas as entradas e saídas nas datas em que foram recebidas ou pagas, ou seja, como uma conta bancária.
O regime de caixa é importante para os administradores financeiros das empresas terem o controle gerencial das mesmas, uma vez que, não necessariamente porque você recebeu um pagamento em crédito, pode assumir uma dívida no débito, principalmente se não houver capital de giro. Mas como a precificação do seu produto ou serviço interfere nisso?
É comum, ao precificarmos nossos serviços, verificarmos inicialmente o mercado e, a partir de então, propormos preços competitivos. O erro, porém, está no fato de que, muitas vezes, o planejamento de gastos não está condizente com o preço cobrado, o que acaba tornando nosso fluxo de caixa negativo. É necessário, portanto, inverter essa ordem.
Ao precificar um serviço, devemos partir do nosso planejamento financeiro em certo período, consideremos um ano. Nesse planejamento vamos orçar todas as nossas entradas e saídas, de acordo com uma análise histórica e com a propensão de crescimento, sem levar em conta investimentos. Feito isso, podemos analisar o serviço em si. Nesse momento, devemos analisar tanto o preço da hora do serviço (com possíveis multiplicadores por grau de complexidade), quanto os custos diretos envolvidos no serviço. O preço da hora deve ratear os custos variáveis e as despesas da empresa, além da margem de lucro desejada. Adicionando os impostos e cobrindo os custos, podemos chegar ao nosso preço final de venda, e ai então vamos analisar o mercado, para ver se tal preço é competitivo ou não.
Se o seu preço estiver abaixo do preço de mercado, você pode aumentar sua margem de lucro; se estiver na média, significa que o seu planejamento financeiro foi preciso; e caso esteja acima, devemos rever o planejamento, possivelmente cortando gastos. Dessa forma é possível obter um preço exato, condizente com o mercado, competitivo, que cubra os seus gastos, gere o lucro desejado e satisfaça as vontades tanto do seu cliente quanto a sua, além de valorizar o seu serviço!
Escrito por: Vitor Freitas, Gerente de Projetos – UCJ.
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